Um cenário, onde o personagem principal sou eu, não o eu que você conhece, não o Eu que eu mesma conheço, mas o Eu do Eu, que pode ser exatamente o que eu sou, ou em nada tem a ver com que parece ser eu.
Um cenário, onde a boca não fala as palavras desconcertantes da mente, o silêncio parece invadir latente, ardente e a mente grita e muitas vezes de forma desconexa, em um turbilhão de sentimentos e informações tão íntimas que chegam a saltar pelos olhos através das lágrimas: amor, ódio, paixão, rancor, raiva, carinho, razão. Tento dar sentido a tanta emoção, tento decifrar um eu que não conheço, o corpo manifesta em tons vermelhos a explosão de ideias, as dores nas têmporas atropelam a síntese das palavras e latejam, me fazendo até sufocar.
As mãos movimentam em gestos corriqueiros dando ênfase ao dedilhar eufórico em cada letra do alfabeto inerte nesta matéria a minha frente. Acredito ou tento acreditar que conseguirei extrair a confusão de ideias que surgem a cada segundo, atropelando a ideia inicial, deixando a voz interna, perdida em teorias questionadas a cada releitura do que saiu e o que deveria ter sido explorado ficou perdido na vontade de escrever, interrompida por uma limitação chamada “bateria descarregada”.
As inúmeras vozes ao meu redor tentam desconcentrar-me...Mas...
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